freguesia de
Cujó
Composta por um único aglomerado com o total de 410 habitantes, esta freguesia possui uma área de 845,99 hectares e fica a uma distância de onze quilómetros da vila de Castro Daire. Como prova documental do topónimo Cujó existe o foral atribuído ao Couto da Ermida por D. Manuel em 1514. Este abrangia as terras de S. Joaninho e “possuía hy outro casal (…) de prazo que se chama Cojoo”. Assim sendo, Cujó encontrava-se anexado a S. Joaninho. Este território, na 1ª metade do século XII, estava incluído no Couto de Mões, terras que pertenciam a Egas Moniz deixando-as por sucessão aos seus herdeiros.
D. Teresa Afonso, mulher de Egas Moniz e de seguida sua filha D. Urraca Viegas presentearam o Mosteiro de Salzedas, Lamego, com os seus bens desta região. Assim, este Mosteiro possuindo bastantes terras na área, não só por herança mas também adquirindo por compra, entra em negociações com mosteiros congéneres, o Mosteiro de Cárquere – este já possuía haveres em S. Joaninho doados por D. Moço Viegas, senhor do couto e padroeiro do mosteiro e por testamento de D. Mafalda. A criação da paróquia de S. Joaninho, século XVI, desde sempre esteve ligada a mosteiros, para além dos já referidos, deve-se também ao Mosteiro da Ermida, seu protector Mem Moniz de “Ribadouro”, sobrinho de D. Moço Viegas – senhor de Mões. Outras instituições religiosas possuíram bens nas terras do couto de Mões, tal como, o Mosteiro de Arouca, a Sé de Viseu e o Hospital.
No século XVIII, no ano de 1758, o Clérigo responsável por responder a um inquérito mandado fazer por D. José, alusivo à enumeração dos templos e imagens religiosas existentes na freguesia de S. Joaninho, refere que em Cujó existia uma ermida de invocação a Nossa Senhora da Conceição, desta forma, a povoação de Cujó ainda continuava integrada na freguesia de S. Joaninho e assim se manteve até meados do século XX. No ano de 1949, segundo o decreto-lei nº 37.352, de 25 de Março, Cujó torna-se freguesia civil independente, desanexando-se assim de S. Joaninho à qual esteve ligada durante centenas de anos. Dois anos mais tarde, em 1951, consegue independência eclesiástica. Nas terras aráveis praticava-se uma agricultura de subsistência, cultivava-se essencialmente o centeio, ainda o trigo, milho e vinho verde. Desde sempre houve criação de gado, provavelmente desde que os monges da Ermida estenderam os seus domínios a esta aldeia serrana com o intuito de tirarem algum rendimento.
A saber, que a quantidade de gado terá sido significativa visto esta terra ser a única aldeia do concelho, situada a norte do rio Paiva, que usufruía de um pisão, situado no rio Mau, ao qual se dirigiam as teias de lã executadas nos teares da terra como das aldeias limítrofes, Monteiras, Almofala, Várzea da Serra, S. Joaninho e Pendilhe. A título de curiosidade, aos pés da povoação existem oito moinhos movidos pelas águas do rio Calvo, um deles ostenta numeração romana. Ninguém paga maquia nestes moinhos de água, todos pertencem a “herdeiros” mas toda a população mói.