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Grande Rota da Transumância

A GR52 parte da Cruz do Rossão, em plena Serra do Montemuro, na qual se desenvolve o mais espetacular setor da Transumância. As paisagens de altitude são de uma vastidão e espetacularidade difíceis de definir.

Foi recuperado o troço daquela que foi “A Última Rota da Transumância” em Castro Daire no ano de 1999, onde a ruralidade e tradição contactam com o meio ambiente aproveitando os recursos naturais, permitindo de um modo autêntico, conhecer, vivenciar, experienciar e valorizar o movimento dos pastores com os seus rebanhos que durante séculos e séculos calcorrearam estes trilhos deixando a sua marca e as suas histórias à procura de melhores pastos.
A GR52 inicia junto da aldeia de Casais do Monte, freguesia de Moledo, de seguida sobe-se até ao topo da serra de São Lourenço, percorrendo o trilho com panoramas para todos os quadrantes, limitados no horizonte pela altura e vastidão das serranias do centro e norte de Portugal. Continua-se o caminho passando por montes e algumas aldeias como Mões, Pereiro e Casais de D. Inês. Depois de Ribolhos, ao descer para S. Domingos, já se avista a Serra do Montemuro e a vila de Castro Daire. Atravessa-se a emblemática Ponte Pedrinha, sob o Rio Paiva, em plena Estrada Nacional 2 (EN2) e sobe-se pela antiga e bem preservada calçada romana até ao centro de Castro Daire. O grande palco, é indubitavelmente a passagem pelo Bairro da Ferraria e logo de seguida junto ao Jardim Municipal, novamente na EN2, … este era o grande momento!
Ao sair da zona urbana, novas paisagens vão surgindo, permitindo magníficos panoramas para as serras da Freita e Arada. Ao passar as poldras do Rio Vidoeiro, aproxima-se a aldeia de Vilar, onde a Serra do Montemuro, a partir daí, dispõe de um vastíssimo e excelente pasto para os rebanhos que, outrora, se espalhavam pela sua imensidão tendo vários pontos de referência, como os abrigos dos pastores e também o local da Cruz do Rossão. E é em plena Serra do Montemuro que se desenvolve o mais esplêndido setor da Transumância. As paisagens de altitude são de uma vastidão e espetacularidade únicas. Esta rota marca pela diferença neste território, percorre várias aldeias num itinerário rural com vários séculos de história, maioritariamente constituído por caminhos rurais, com troços de serra, vales, rios e ribeiras, numa viagem pelo tempo, pela cultura local e pelos trilhos de natureza. Para que quem percorra esta rota possa acompanhar esta tradição e toda a sua história foram colocados vários painéis interpretativos que descrevem, no fundo, os principais momentos de toda esta envolvência da Transumância. A vinda dos pastores com os seus rebanhos era pela altura do S. João (24 de junho) e ficavam até ao S. Bartolomeu (24 de agosto). Esta rota está disponível durante todo o ano permitindo desfrutar das várias estações do ano, que são totalmente diferentes, mas todas elas
encantadoras, fazendo a ressalva que durante o inverno não se aconselha passarem além da última aldeia da serra que encontram ao longo da rota que é Vilar, o tempo é agreste, muito nevoeiro e com neve o trilho não fica visível e as temperaturas são muito baixas. A serra, despida de floresta, exalta na primavera uma multitude de cores criadas pelas flores da giesta, do rosmaninho, da urze, do tojo e da carqueja tornando-a num autêntico postal! No verão podem desfrutar, com mais tranquilidade, das magníficas paisagens que se perdem no horizonte e respirar ar puro envolvendo-se numa história única com anos e anos de memória!