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freguesia de

Mões

A atual vila e freguesia de Mões possui uma área de cerca de 4 536,34 hectares, e fica a uma distância de dez quilómetros da sede de concelho. É formada pelas aldeias de Arcas, Canado, Casais de D. Inês, Codeçais, Courinha, Granja, Grijó, Malhada, Portela, Rabaçosa, Soutelo, Vila Boa e Vila Franca – 2109 habitantes. Há uma incerteza em relação aquando e quais os povos que habitaram primeiramente esta região, no entanto, tem-se conhecimento da permanência de comunidades da Idade dos Metais por se ter encontrado na povoação de Vila Boa um molde de machado de duplo anel e ainda das ruínas amuralhadas existentes no monte de S. Lourenço.

Encontraram-se, também, várias inscrições e moedas romanas provando, assim, a presença deste povo. A colonização proto-histórica, romana e germânica, teve continuidade devido a cavaleiros neogodos e monges cistercienses. Até 1146 Mões foi governado por Egas Moniz, sendo o primeiro senhor desta terra, deixando, posteriormente, por sucessão aos seus descendentes. No século XII, a freguesia de S. Joaninho, denominada de Pendilhe, pertencia ao termo de Mões, por se encontrarem perto uma da outra. Nesta região, D. Urraca Viegas, filha de Egas Moniz, possuiu bens deixando à Infanta D. Mafalda, filha de D. Sancho I, que deixou em testamento tudo o que aqui tinha ao Mosteiro de Arouca.

Parte destas terras foram depois doadas pelos descendentes de Moço Viegas (os Alvarengas e Castros- Senhores de Resende) aos Mosteiros de Cárquere, Ermida do Paiva, Arouca e Entre-Ambos-os-Rios. Adquiriram, aqui, casais à Sé Visiense e à Ordem do Hospital. O rei D. Dinis passou uma carta de privilégios aos moradores do “couto de Mões”. Posteriormente, o conde de Barcelos, D. Pedro Afonso, filho bastardo do monarca, viria a ser senhor do couto legando grandes herdades ao Mosteiro de Santo Tirso. Mais tarde, o Infante D. Pedro, futuro rei, tendo tomado posse de algumas dessas propriedades para si, consegue ganhar o Mosteiro, sentença de D. Afonso IV contra o próprio filho, voltando a ter em seu poder aquilo que lhe pertencia por testamento do conde de Barcelos.

Em 1494, o rei D. Manuel confirma a carta de privilégios passada por D. Dinis e concede foral a Mões em 7 de Maio de 1514, desaparece o estatuto de honra ou couto formando-se uma nova célula administrativa – Mões ascende, assim, a concelho. O novo concelho estava obrigado a pagar anualmente, nos primeiros dias de Janeiro, 1200 réis por ano, não havendo excepções para nenhum morador privilegiado ou clérigo. Existia um ou dois juízes ordinários e oficiais da Câmara, as audiências eram realizadas à quarta-feira. Mões, eclesiasticamente, era abadia e os seus donatários e padroeiros de sempre foram os Castros – senhores de Resende, descendentes de Moço Viegas.

No início do século XVIII Mões pertencia ao Almirante D. Francisco de Castro. Em 1855, na sequência da reforma administrativa de Mouzinho da Silveira, o concelho de Mões foi suprimido e integra-se no de Castro Daire.